A falta de tempo e as demandas nos pressionam. Temos a impressão de estar permanentemente atrasados, e gostaríamos que todos os problemas fossem resolvidos de maneira rápida e objetiva.
O nosso anseio não está errado; pelo contrário, ele é necessário. Quanto mais somos exigidos com afazeres e responsabilidades, mais precisamos focar em objetividade na solução dos problemas. É uma questão de sobrevivência profissional.
O cuidado que devemos ter nesse momento, é resistir à tentação de eliminar totalmente as discussões ou abandonar a capacidade de ouvir. Cair nesse erro pode causar efeito contrário: diminuir a objetividade na resolução dos problemas ou no avanço de melhorias.
A discussão é necessária, tanto para conciliar as diferentes visões quanto para homogeneizar o conhecimento, de forma que todos estejam com a mesma informação e saibam o que precisa ser feito. Abrindo esse espaço, surgem questionamentos e perguntas importantes que, se bem esclarecidas, evitam que sua equipe tenha retrabalhos e fique andando em círculos. A discussão aprimora o foco e, consequentemente, a objetividade.
Além disso, o ponto mais importante da discussão é o espaço para o contraditório. Não tenha receio da opinião contrária e, para sua segurança, sempre abra espaço para ela na equipe.
É preferível que as divergências sejam superadas, evitando surpresas futuras, do que uma concordância aparente que depois não tenha o comprometimento necessário. Goste do contraditório. Ele vai permitir a reflexão necessária para verificar se seu plano está correto; ou se pode ser melhorado ainda mais. Avalie, pondere e verifique a lógica em todos os pontos apresentados.
Também não minimize ou desmereça comentários. Observações que num primeiro momento podem parecer de menor importância, podem esconder problemas maiores, causando problemas futuros na sua estratégia.
Mas, coloque limites nas discussões. Acompanhe o tempo e, principalmente, saia com objetivos definidos no final. Se o consenso não for possível, você tem duas possibilidades: havendo espaço, disponibilize tempo adicional para que os envolvidos estudem mais e tragam uma solução de consenso; ou, se não houver tempo disponível, escolha a linha a ser seguida e exponha seus motivos, enaltecendo também os fundamentos da ação que não tenha sido escolhida.
Pensamentos divergentes jamais são ruins, eles devem ser vistos como contribuição especial e estratégica para a melhoria.
O plano “B” sempre poderá ser necessário. Quanto mais alternativas de ação você tiver, maior a flexibilidade nas possibilidades de intervenção.
Muito bom o artigo.