As empresas adotam cada vez mais a cultura da responsabilidade compartilhada. Isso é saudável, pois ao mesmo tempo em que permitem a participação na definição das estratégias e metas, também esperam que cada colaborador assuma os desafios da empresa como se fossem seus.

No entanto, mesmo nestas empresas, ainda se pode ouvir expressões como: “-fiz o que me mandaram fazer”; ou “-eu fiz a minha parte”.

Fazer apenas a tarefa que nos foi delegada, sem acrescentar algo a mais, pode ser perigoso para a nossa imagem profissional. Óbvio que você encontrará pessoas que não ligam para isso e ainda lhe dirão que “-… trabalho pelo salário que recebo”; mas, numa visão positiva, vamos acreditar que são minoria. A maioria vai fazer algo a mais, além daquilo que lhe foi incumbido. Isso, por si só,  já é um ganho para a empresa; mas o ganho principal acontece quando a pessoa acerta na escolha daquilo que deve fazer a mais.

Em algumas ocasiões, você mesmo pode passar por situações que colocam essa afirmação em dúvida. Por vezes, você pode estar se esforçando, fazendo bem mais do que lhe é exigido; mas tem a percepção de que isso não é notado ou valorizado. Mas, não esmoreça.

Cada tarefa ou aprimoramento que você fizer, um dia serão notados; ou talvez já estejam sendo notados, por pessoas que você sequer imagina. Embora possa parecer que isso não esteja sendo valorizado, será importante na hora em que você estiver sendo avaliado para uma futura promoção ou oportunidade de trabalho em outra empresa.

O que pode ser necessário, em alguns casos é um leve redirecionamento no foco daquilo que você está fazendo a mais. Reflita muito bem sobre o tipo de atividades adicionais que realmente são importantes, fazendo com que notem seu trabalho.

A dica para isso é focar no seu cliente, que pode ser externo à empresa, mas também um cliente interno. Começo superando as expectativas desse cliente interno: aquele setor ou colega que vai receber o seu serviço. Para isso é fundamental que você conheça as necessidades de quem vai utilizar os resultados do seu trabalho.

Pergunte-se: o que é importante para esse cliente (ou colega) e trará ganhos para ele. Por exemplo, se você é responsável por enviar mensalmente um relatório, pergunte a quem vai recebê-lo como prefere que os dados estejam organizados (ordem alfabética, por valor, etc.). Qualquer melhoria que realizar no seu trabalho, que seja percebida pelo cliente, é o que se chama de “valor agregado”.

Agregue valor aos resultados que você entrega ao colega. Entre diversos colegas, você é quem passará a ser preferido por aqueles que necessitam de determinadas tarefas. E no mercado de trabalho, nada melhor do que ser procurado pelos outros, por preferirem nosso trabalho.

A partir daí, ocorre um fato interessante: o que fizer a mais, em pouco tempo será copiado, se tornará padrão e vai ser exigido dos outros também. Todos os demais terão de entregar o trabalho da forma que você entregava. Você então precisará achar nova maneira de agregar valor ao seu trabalho. Seja sempre o primeiro, e mantenha-se a frente.

E principalmente, não faça isso esperando um retorno. Mas porque gosta de apresentar um bom trabalho e gosta de fazer bem-feito. Nesse momento, o “fazer o melhor sempre” será parte de você, percebido em você, e não apenas parte da tarefa. Com o tempo, o retorno virá automaticamente.