Fake news é um termo brando demais para uma mentira

O mundo evolui com o passar do tempo.
Apesar de alguns fatos nos levarem a questionar isso no dia-a-dia, não há dúvida de que isso é uma realidade. Em todas as áreas do conhecimento tivemos avanços que nos colocam a uma distância continental do estilo de vida de nossos avós ou bisavós.
Aproveitando que estamos em ano eleitoral, basta lembrar que até 1932, as mulheres no Brasil não tinham sequer direito a voto – algo inconcebível nos dias atuais.
Mas, junto com a evolução vem mudanças culturais e novos (e as vezes desconhecidos) problemas. E a evolução, só ocorre de maneira efetiva quando esses problemas são superados de tal maneira, que já não afetem ou influenciem de maneira expressiva o curso dos processos. Apenas nesse momento, podemos afirmar que iniciamos uma nova era de evolução.
Ocorre que, com a evolução da tecnologia e da comunicação em rede, onde todos geram informação, um problema corrente ainda não encontrou solução definitiva: as fake news.
Um problema tão grande que (lembrando novamente do ano eleitoral), causa preocupação até com relação à lisura das eleições. Se discute inclusive, o quanto já influenciaram em pleitos recentes, nas mais variadas esferas.
A questão eleitoral, no entanto, apenas encobre o problema maior – é apenas a ponta visível do iceberg. A maior região de domínio das fake news não é o ambiente eleitoral; mas sim, o dia-a-dia das nossas empresas, das comunidades, das nossas famílias e amigos. Todos os dias somos bombardeados por pequenas e grandes notícias falsas ou, no mínimo, questionáveis quanto á sua origem ou veracidade. Ficou fácil fazer acreditar em fofocas e confundir.
Causam um mal enorme, desde a simples perda de tempo; até a perda de recursos financeiros, desgaste de relações familiares e de amizade e, em casos extremos, ceifam vidas.
É um dos males mais urgentes a ser solucionado pela sociedade atual. E a solução necessariamente passa por enfrenta-lo de frente; e não apenas atenuá-lo. Em todas as suas eras, a sociedade só evoluiu quando enfrentou seus males de frente, sem filtros.
E este é o caso aqui. Enquanto ainda usarmos a expressão” fake news”; encontramos uma forma de atenuar com um termo brando o que verdadeiramente acontece.
Não existe “fake news”; o que se faz na verdade, sob esse disfarce, tem outra denominação: mentira ou falsidade. Paremos de usar o termo “propagador de fake news”; deixemos claro que, nesse caso, o termo a ser usado é mentiroso e, dependendo da mentira (calúnia, difamação, injúria, etc.), é criminoso.
Somente com essa postura, mais pragmática e menos permissiva, podemos começar a eliminar essa prática, que coloca em xeque toda o benefício que temos com a atual construção de conhecimento compartilhado.
Se olharmos por esse olhar, perceberemos o quanto a desconfiança causada pelas “mentiras digitais” atrasa toda a nossa evolução como humanidade.
Dê o primeiro passo, constranja quando for o caso, e não permita a propagação de informações falsas. Encare uma fake news como aquilo que ela realmente é: não um mero fato corriqueiro; mas um crime à nossa evolução.


Deixe uma resposta