
O tamanho e velocidade da mudança em nossas vidas, em todas as áreas, já não é mais novidade. O mundo atual, muito diferente daquele da nossa infância, é caracterizado pela explosão de informações.
Isso, deve-se dizer, é uma grande vantagem e benefício. Há alguns poucos anos (considerando a dimensão de tempo da humanidade), boa parte do que acontecia no mundo não chegava ao conhecimento de outras regiões. E mesmo localmente, qualquer informação de que você precisava, antes do advento da internet, requeria um grande esforço de pesquisa.
Hoje, o contrário acontece. Somos estimulados a consultar aquilo que nem nos é necessário, e precisamos “desviar” de informações que não nos interessam. Além disso, cada pequeno local do mundo tem sua informação à disposição de todos e busca maximizar sua divulgação.
Para quem está do outro lado, que recebe esse conteúdo, por vezes a impressão é de que precisa saber sempre, tudo que acontece no mundo inteiro em todas as áreas da ciência e, por vezes também, da não-ciência.
Se esse é um problema pessoal das pessoas, não o deixa de ser também nas organizações. Por vezes se torna ainda pior, pois com o sentimento da necessidade de estar permanentemente atualizado, a “obrigação de saber” parece ser ainda maior.
O problema é que, com a mídia disponível na internet, que permanentemente nos estimula a acompanhar novos textos, fotos e imagens, cada acesso se torna um risco de mergulhar num mar sem fim de informações. E o pior, se descuidados, num mar sem ancoragem no porto, como à deriva, agarrados numa bóia sem saber para onde nadar.
O resultado é uma atenção pulverizada, que naturalmente leva à perda de foco e consequentemente, perda de produtividade. Chegamos a abrir a internet para pesquisar algo, olhamos para outra coisa e, quando nos damos conta, até esquecemos o que buscávamos.
Você não precia ler e visualizar tudo que vem até você. Para evitar que isso aconteça, também não precisa (e/ou não deve) estar disponível à cada informação “empurrada” para você além daquela que você decidiu procurar.
Mas não é uma tarefa fácil, pois as organizações (as estratégias de marketing tem essa missão) se esforçam para criar materiais persuasivos e cativantes. E não podemos também ficar alheios a tudo – seguir por exemplo a linha do “não escuto rádio nem olho TV para não saber de notícias ruins” só cria radicalismo e ingenuidade.
O necessário sim, é autoconhecimento, treinamento e disciplina, tanto na vida pessoal quanto nas organizações.