Comunicar envolve criar conexões válidas

A era mais recente da humanidade, não foi cunhada como “Era da Tecnologia da Informação” por mero acaso. Assim como em outras eras (domínio da agricultura, industrialização, etc.) tecnologias e processos estão influenciando diretamente a cultura, modo de vida e organização das pessoas. Mais do que isso: impacta na hierarquia de valores e necessidades das pessoas.

Porém, talvez o termo “tecnologia da informação” restrinja demais a amplitude da era atual. Numa análise mais simplista faz crer que a grande mudança está relacionada apenas a equipamentos e técnicas, tirando foco do que ela realmente proporciona (ou deveria proporcionar): comunicação.

A tecnologia por si só, não faz a evolução sozinha. Ela é um meio.

Obviamente que como meio, evoluiu de maneira fantástica. Mas exatamente por isso, o foco precisa estar concentrado no que ela realmente pode proporcionar.

A era atual, que pode subdividida em várias “sub-eras”, como “conectividade” e “inteligência artificial”, tem seu maior diferencial na capacidade de comunicação. Nunca antes, a comunidade global ou as pessoas nas suas relações mais triviais, tiveram tanta facilidade e eficiência à disposição, para se comunicarem. A tecnologia permite isso de maneiras variadas.

Mass exatamente por isso, quase que contraditoriamente, o maior desafio da sociedade passa pela comunicação.

Os novos meios exigem que os usemos com pertinência e criatividade, para que se consiga a mesma eficácia de comunicação que se obtinha nos meios (hoje) antigos ou tradicionais. Estamos num mundo onde todos se tornaram geradores de conteúdo, produzindo informações em excesso para um grupo cada vez menor de receptores dispostos, atentos, sensibilizados e engajados.

O volume de informações aumentou exponencialmente, com recursos quase ilimitados para emissão de mensagens com eficiência; mas a comunicação eficaz, que envolve receber, entender e assimilar todas essas mensagens, parece reduzir de maneira inversamente proporcional.

Precisamos reaprender a nos comunicar. Revisitar as premissas da boa comunicação e desenvolver métodos que permitam diminuir essa ansiedade global com o excesso de informação, resgatando a satisfação de conecções verdadeiras e produtivas. Quando essas conexões representarem aprendizado e satisfação percebida para todos os envolvidos, muito além do estrito objetivo de enviar mensagens, estaremos realmente aprendendo a lidar com o que temos à disposição.

(Imagem de: Imagem de Drazen Zigic no Freepik)

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