Valorizar os outros candidatos na entrevista de emprego, valoriza você

Angústia foi o sentimento que por alguns instantes me acompanhou em um recente processo de seleção que acompanhei em uma empresa.

A angústia de querer solicitar permissão para quem estava coordenando o processo, para poder prestar um serviço de utilidade pública para alguns dos candidatos. Seria uma espécie de “consultoria para a vida”, buscando auxiliá-los para os próximos processos seletivos em que iriam participar.

Uma das etapas do processo seletivo era uma entrevista em grupo, onde cada um dos candidatos deveria falar um pouco de si, apresentando suas competências e experiência, e com espaço para porventura, tirar dúvidas também sobre a empresa contratante e a vaga.

É de admirar como ainda surgem algumas pérolas de postura nos candidatos e como alguns não tem noção de quanto essa postura contribui ou deprecia a imagem do profissional. Em cada grupo, sempre apareciam aqueles que apresentavam postura inadequada enquanto aguardavam sua vez de falar.

É preciso ter em mente que o selecionador observa permanentemente cada um dos candidatos, e não apenas na hora da sua fala.

Destaco aqui, as duas posturas entre as mais inadequadas que me chamaram a atenção no processo, em função do volume de candidatos que incorreram no mesmo erro. Óbvio que existem várias outras posturas que devem ser evitadas, mas aquelas relacionadas a seguir aprecem com freqüência demasiada.

Estas posturas aparecem nitidamente enquanto os candidatos imaginam que não estão sendo observados. Percebe-se que, ou o candidato não tem noção de sua postura inadequada; ou não imagina que também está sendo avaliado enquanto espera.

A postura mais inquietante é o semblante fechado durante a espera: testa franzida, braços cruzados, enfim, cara de brabo ou insatisfeito. Sem mencionar aqueles que ainda conseguem ficar balançando o pé ou suspirando, mostrando impaciência; ou aqueles que esboçam sorrisos irônicos em relações às declarações de outros candidatos, querendo demonstrar um ar de superioridade.

Existe uma tendência de que cada candidato, depois de selecionado e contratado, tenha de interagir com uma equipe de trabalho. O selecionador certamente ira pensar sobre essa postura fechada do candidato, e como ela irá influenciar para a manutenção ou não de um bom ambiente de trabalho. Todos podem ter “dias ruins”, mas se este dia for no dia de uma seleção para uma vaga de trabalho, e se o profissional não for capaz de superar este problema, jamais poderá culpar a empresa por não ter sido o escolhido.

Outra postura inadequada é o olhar disperso, a falta de atenção ao que os outros candidatos falam. Ela sugere um desinteresse do candidato em relação a tudo que não lhe diz respeito diretamente, ou seja, é como se dissesse: “o que os outros dizem não é importante”.

O candidato que imagina que o nervosismo é o grande inimigo num processo seletivo está muito enganado. Posturas como essas são muito mais nocivas do que pequenas e aparentes demonstrações de nervosismo.

Sentar esparramado, ou atender o celular durante o processo obviamente que dispensam qualquer comentário.

Contive minha vontade de mencionar aos candidatos sobre a imagem inadequada que repassaram, mas saí do processo imaginando o bem que faria alguém lhes esclarecer quantas oportunidades estão perdendo com isso. Talvez alguém nunca tenha lhes falado sobre isso. A forma que encontrei de ajudar foi deixar essa percepção exposta aqui.

Quem sabe um dos candidatos leia e numa rápida auto-avaliação perceba que pode ter incorrido em alguns erros. Com certeza essa conclusão lhe fará bem pois contribuirá para aumentar suas chances numa próxima seleção.

Um comentário sobre “Valorizar os outros candidatos na entrevista de emprego, valoriza você

  1. Estimado Alexandre!
    Ao terminar de fazer a leitura deste seu texto, fiz uma rápida retrospectiva de tudo que pude aprender com você no pouco tempo de trabalho juntos…Pensei então em comentar sobre o texto e agradecer pelos ensinamentos que você me proporcionou. Abraços

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